sexta-feira, 15 de abril de 2011

Outros pensares, em primeira pessoa.


Faz muito tempo que eu não escrevo em primeira pessoa.
Não escrevia mais em primeira pessoa porque estava, há muito tempo, vivendo na primeira pessoa, do plural.
Além disso, como é difícil abandonar o "juridiquês"!
Esse blog antigamente se chamava: “Livre, pensadora, ativa e feliz”. 
Foi assim que eu nasci e é assim que todos nós nascemos: seres livres, pensantes, ativos e que buscam a felicidade.
Vamos crescendo, adquirindo responsabilidades e os condicionamentos impostos nos afastam dessa realidade.
Deixamos o “ser”, pelo “parecer ser”.
No meu caso, blogar começou como um desabafo.
Como advogada e mulher, comecei a observar que a justiça é lenta.
O próprio ex- Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos admitiu publicamente que é assim e eu, que não tenho tanta experiência jurídica quanto ele, não contesto.
Por esse motivo comecei a blogar para reclamar e desabafar, no mesmo tempo em que recebi os poderes de Madre Teresa de Calcutá (sem preparo psicológico para tanto).
Era tal de abrir o Orkut e ter uns 10 depoimentos, começados com a frase: “Oi linda” (mesmo expediente emocional usado pelos meus ex-alunos da pré- escola, quando pediam para ir ao banheiro),
em seguida vinha a frase “preciso de sua ajuda”, continuando com a frase “porque você entende de Direito” e terminando com “não tenho como pagar advogado”.
Sei como é difícil, até os advogados, creiam, acabam precisando de ajuda jurídica e também são seres humanos (segure esse riso), com deveres e direitos.
Já advoguei em troca de serviços (pintura de casa, por exemplo, no valor da tabela da OAB) e sei que não há como evoluir assim.
Por força de outras circunstâncias precisei parar e, nesse tempo, comecei a estudar TIC, Ead e mídias sociais. Comecei a cuidar de mim. Gostei.
Os resultados estão começando a aparecer: freelas, indicações e convites, os quais estou estudando com muita cautela e acredito que uma pós-graduação é necessária.Continuo advogada, direito de família e relações de consumo acabaram por ser a minha especialidade. 
Prefiro que meus clientes façam ótimos acordos, do que travar uma cruzada, inglória e lenta, atrás de punições baseadas em espírito de vingança.
Aprendi que devo dar o devido valor ao meu trabalho, prefiro poucos, bons e bem remunerados casos.
Quanto ao “Pensares”, vai bem, obrigada. Do jeitinho que eu sempre quis.
Fiquei muito feliz quando o “Pensares” atingiu, nessa semana, 10.000 acessos. Mais feliz ainda porque ele não tem uma fórmula pronta, vai se aprimorando e me leva com ele.
As benemerências, lamento, deixo para campanhas e voluntariado.
Agradeço a todos que deram dicas, forneceram materiais e comentaram.
Em breve voltarei a escrever sobre direito e esclarecerei as dúvidas referentes ao tema abordado.
Aguardem.

Foto: Mandinha Lopez .
Montagem: Luizabet.
Link: Youtube.

Nenhum comentário: